Monark é desligado do Flow Podcast após defender criação de um partido nazista

Foto: Monark/Twitter

Após as declarações a favor da criação de um Partido Nazista no Brasil, o podcaster Monark foi demitido pela Estúdios Flow, responsável pelo Flow Podcast. Por causa da grande  repercussão negativa, das 18 marcas, 11 responderam ao público dizendo que patrocinaram pontualmente o programa no passado ou cancelaram o contrato após a fala antissemita do apresentador. 

Entre elas, estão a Flash Benefícios, a Puma, a Mondelez que produz o chocolate Bis – e o iFood. Além disso, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro cancelou o contrato que concedia os direitos de transmissão do Cariocão 2022 ao Flow Sport Club. Já o ex-jogador Zico cancelou a participação que faria ontem no programa. 

Ao anunciar o desligamento de Monark, a Estúdios Flow, em nota, afirmou (abre aspas): “Reforçamos o nosso comprometimento com a Democracia e os Direitos Humanos. Portanto, o episódio 545 foi tirado do ar. Pedimos desculpas à comunidade judaica, em especial, bem como repudiamos qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de uma sociedade” diz a nota.

Lembrando que apologia ao nazismo é crime, previsto no parágrafo 1 da Lei do Racismo, nº 7.716, de 1989.

Em vídeo publicado no Twitter, Monark alegou estar “muito bêbado” no momento da discussão sobre nazismo que aconteceu no episódio do Flow Podcast nesta segunda-feira, 7, e pediu perdão à comunidade judaica pelo posicionamento. “Falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica e peço perdão pela minha insensibilidade”, disse.

Mais cedo, num vídeo de quase nove minutos publicado em suas redes sociais, o youtuber condenou o nazismo como princípio ideológico discriminatório, mas insistiu na defesa da liberdade de expressão, que deveria garantir a existência de um partido nazista, assim como existem partidos comunistas. “Minha ideia é que o cara fale que ele é um idiota para que a gente possa saber que é um idiota”, afirmou. Monark também reclamou da “cultura do cancelamento” e do “assédio” aos patrocinadores do programa, que passaram a cancelar contratos com o Podcast.

“Vocês estão acabando com o debate. Não consigo ter mais conversas no meu programa”, disse o youtuber. “É muito perigoso quando as pessoas querem desvirtuar totalmente o debate e me caçarem e colocar como um monstro. Estou cansado. Está impossível se expressar na internet”. No vídeo, também reclamou que suas declarações foram tiradas de contexto.

 

Veja também: Monark defende partido nazista noBrasil e contraria princípios da Constituição

 

Em vídeo publicado no seu canal no YouTube, o deputado federal e membro do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri (DEM-SP), disse que se deve “combater e repudiar” o nazismo e o comunismo, e que a melhor forma de se fazer isso é pelo debate aberto. “Quanto mais luz você jogar sob essa ideologia nefasta, melhor para combater e melhor para ter um consenso que (o nazismo) é extremamente bizarro, que não deve ser defendido por nenhuma pessoa”, afirmou.

No começo da tarde, o assunto “comunismo” se tornou um dos mais discutidos nos trending topics do Twitter brasileiro. Influenciadores do MBL resgataram vídeos do ativista marxista Jones Manoel, que fala em “ódio de classes” e relembraram o protesto realizado numa igreja em Curitiba neste sábado, 5.

 

Agência Estado

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