Defesa vê ofensa de Barroso em fala sobre Forças Armadas

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, apresenta à imprensa e à sociedade, o “Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020”, elaborado pela consultoria sanitária formada por especialistas da Fiocruz e dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein.

 

Ministro Luís Roberto Barroso criticou comportamento das Forças Armadas no processo eleitoral Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou neste domingo que as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar e desacreditar o processo eleitoral. A declaração foi dada durante a participação do ministro num seminário promovido por uma universidade alemã.

Barroso disse que o Brasil é um dos países que testemunha a ascensão do populismo autoritário e relembrou episódios como o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios e os ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas.

Luís Roberto Barroso disse que os comandantes militares deveriam agir para evitar que as Forças Armadas sejam contaminadas pelo varejo política. Ele afirmou também que o Brasil passa pela ascensão do que chamou de “populismo autoritário”.

Questionado por um dos estudantes sobre “sequelas” do governo Bolsonaro, Barroso admitiu que acredita que o país passa por um momento de desprestígio internacional, mas disse que atua como um ator institucional e não político.

O ministro não citou Jair Bolsonaro, mas os exemplos que deu na palestra fazem referência às críticas que o presidente tem feito às urnas eletrônicas e à necessidade de as Forças Armadas acompanharem todo o processo de perto.

“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, afirmou Barroso.

O ministro participou de um evento virtual promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim. Também participaram do ‘Brazil Summit Europe’ a ex-presidente Dilma Rousseff, no sábado, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, neste domingo. Para Barroso, desfiles militares em desafio às instituições são um “mau sinal” desde a Roma Antiga.

Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Barroso convidou representantes das Forças Armadas para participarem da Comissão de Transparência, que analisa o processo de apuração eleitoral e o uso das urnas eletrônicas nas eleições deste ano.

Forças Armadas 

Em nota assinada pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira, o Ministério da Defesa disse que “afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas instituições nacionais permanentes do estado brasileiro”. O documento diz ainda que as Forças Armadas apresentaram propostas para “aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral”.

Carta 

Uma carta conjunta dos clubes militares das três Forças Armadas, entidades comandadas por oficiais da reserva, faz críticas ao que chama de “partidarismo político” do STF. No documento, divulgado no sábado, os clubes declaram que manifestam apoio a Jair Bolsonaro para “sustentar a democracia e a liberdade de expressão”. O texto é anterior ao evento do qual participou o ministro do STF Luís Roberto Barroso.

 

 

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