Valor pago pelo Twitter poderia salvar 300 milhões da fome

 

 

Elon Musk tem fortuna estimada em 219 bilhões de dólares Foto: Reprodução

O Twitter aceitou a proposta de compra feita por Elon Musk no valor de 44 bilhões de dólares, quase 215 bilhões de reais, que agora passa a ter o controle da rede social.Usuário e protagonista de muitas polêmicas no Twitter, que tem quase 440 milhões de usuários no mundo, ele agora promete mudar seu funcionamento como dono.

Em comunicado, o empresário defendeu a “liberdade de expressão”, prometeu dar transparência ao algoritmo e combater robôs e ainda cogitou “autenticar” todos os usuários.

Segundo o PAM (Programa Alimentar Mundial) da ONU, o valor de 44 bilhões de dólares poderia salvar mais de 300 milhões de pessoas da fome.

O artigo da ONU “O apelo único aos bilionários” estima que cada US$ 6,6 bilhões (R$ 32,1 bilhões) podem ajudar 42 milhões de pessoas que passam fome ao redor do mundo.

O planejamento do PAM conta com mais da metade do valor para a compra de comida e entrega àqueles que precisam, além de quantias destinadas a vouchers alimentares e custos de montagem de toda a operação.

Esse plano da ONU foi divulgado após Musk perguntar às Nações Unidas como a organização usaria detalhadamente US$ 6,6 milhões caso ele doasse esse valor à entidade. Os dados foram informados pelo diretor-executivo do PAM, David Beasley.

O fundador da gigante de carros elétricos Tesla e da companhia aeroespacial Space-X torna-se agora mais um magnata das redes sociais, como o líder do Facebook, Mark Zuckerberg. Com 16 anos de existência, a rede social que virou um fórum de debate público em vários países vai se tornar, agora, uma empresa de capital fechado. E, segundo analistas, deve ter sua política de moderação de conteúdo revista.

A compra do Twitter por Elon Musk foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na tarde de ontem. Políticos, empresários e até mesmo um dos fundadores do Twitter usaram as redes sociais para repercutir a negociação e projetar o que pode ser o futuro da rede social “sob nova direção”.

Entre os usuários brasileiros a repercussão foi grande, com a tag #RipTwitter entre os assuntos mais comentados na rede. A maioria das postagens era de “memes” e brincadeiras, enquanto outras demonstravam apreensão com o futuro da rede social. Muitos também criticaram a compra de Elon Musk, que agora será o único dono da empresa.

Na política, a maior repercussão aconteceu entre líderes ligados a pautas conservadoras, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos. Horas antes do anúncio do desfecho da negociação, o presidente Jair Bolsonaro  retuitou uma mensagem postada por Elon Musk  dizendo “esperar que seus críticos continuem a usar o Twitter”, porque, segundo ele, é isso o que realmente significa “liberdade de expressão”. Para apoiadores de Bolsonaro, a compra do Twitter por Elon Musk poderá ser o evento político “mais importante das últimas décadas” e representa uma dura derrota para a esquerda. 

Na avaliação de especialistas, a aquisição de Musk pode alterar as regras de controle de desinformação da plataforma. Hoje o Twitter coíbe, por exemplo, a propagação de informações enganosas sobre a covid-19 ou publicações que manipulam ou interfiram no processo eleitoral.

No Brasil, há o temor de que a rede social possa virar a plataforma de preferência para políticos e influenciadores que vivem de espalhar fake news e ataques de toda a espécie. Logo depois do anúncio da compra, as ações do Twitter fecham em alta de 7,4%.


O segundo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, fundador da Amazon, comentou na noite de ontem, no Twitter, a compra da rede social por Elon Musk. Em tom de provocação, questionou uma eventual influência da China no negócio. Bezos comentou um tuíte de um jornalista que relacionava a crescente dependência da Tesla, gigante de veículos elétricos de Musk, da China e o banimento do Twitter daquele país em 2009 pelo governo de Pequim.

O país asiático é o maior fornecedor de baterias para os veículos da Tesla e o segundo maior mercado consumidor da montadora. Ficou atrás apenas dos EUA em 2021.

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