Bahia e Minas têm milhares de desalojados após chuvas; Bolsonaro visita região

Com municípios ainda isolados e milhares de desalojados e desabrigados, a Bahia e Minas Gerais ainda tentam mapear os maiores danos causados pelas fortes chuvas da última semana. Neste domingo, 12, aeronaves tiveram maior facilidade para sobrevoar algumas regiões e chegar a locais ainda com restrição de acesso por terra.

(foto: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou uma região afetada na Bahia nesta manhã e voltou a falar sobre a liberação de FGTS para as famílias atingidas. Segundo ele, as parcelas serão disponibilizadas em até cinco dias, com valores de até R$ 6,2 mil, para aqueles que tiverem o saldo em conta, em municípios que decretarem emergência ou calamidade.

Em Minas Gerais, ao menos 8.720 pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas em 30 municípios desde a terça-feira, 7, segundo a Defesa Civil Estadual. O balanço aponta o registro de uma morte, em Engenheiro Caldas. Além disso, um bebê de dois anos foi soterrado em Pescador na quarta-feira, 8.

Na Bahia, as informações sobre os impactos estão ainda fragmentadas em dezenas de municípios de pequeno porte. Em Teixeira Freitas (BA), sobrinhos de 4 e 9 anos e o tio morreram após um deslizamento na quarta-feira, 8.

 

(foto: Divulgação)

Em alguns locais, o acesso é possível apenas de helicóptero. Uma aeronave do governo baiano transportou até um hospital três gestantes que ficaram ilhadas em localidades na região de Guaratinga no sábado, 11. Uma das moradoras estava com 42 semanas de gestação e precisava ser atendida com urgência, segundo o governo, tendo sido submetida a uma cesariana na sequência, na qual deu à luz a uma menina.

Ao menos três barragens tiveram rompimentos nos dois Estados, nos municípios de Crisólita (MG) e Apuarema (BA), na qual chegou a atingir residências. Segundo a prefeitura mineira, o rompimento parcial: “as rupturas foram nas laterais, onde não há concreto, houve, portanto, uma vazão maior de água”. “A pressão sobre o lugar diminuiu e os níveis de água também baixaram”, informou no sábado.

Neste domingo, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta de risco para chuvas intensas para Minas Gerais (oeste, sul, sudoeste, norte e noroeste) e Bahia (Vale São-Franciscano), além de localidades de outros Estados, como Goiás e Maranhão. A previsão é de chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia e rajadas de ventos intensos de 60 a 100 km/h. “Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas”, diz o alerta.

O abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica também foram afetados em algumas localidades. Após cederem, trechos de estradas tiveram de ser desviados. Os governos estaduais têm divulgado ações com helicópteros para reduzir os danos nos locais que conseguem acessar. Além disso, prefeituras de municípios, como Jucuruçu (MG), têm pedido o apoio da população regional com maquinário para reabrir estradas e otimizar o atendimento às famílias isoladas.

Caixa vai liberar FGTS para atingidos

Desde sexta-feira, o governo federal reconheceu a “situação de emergência” por decorrência de “tempestade” e “chuvas intensas” em 31 municípios mineiros e 24 baianos. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), anunciou a liberação de R$ 5,8 milhões para cinco municípios afetados na Bahia.

(foto: Divulgação)

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que existem 25 municípios aptos a apresentar projetos de enfrentamento às enchentes para terem acesso aos recursos da União. Segundo ele, outros nove prefeitos vão contatar o governo federal com planos de contenção nos próximos dias. Os recursos estão previstos para liberação em até 72 horas depois do envio das informações à pasta.

Além disso, o governo disse que vai disponibilizar antecipadamente o abono salarial de 2022 às famílias pertencentes às regiões atingidas e que, ainda, vai estender em duas parcelas o seguro-desemprego dos moradores afetados pelas enchentes.

Além disso da liberação do saque do FGTS para moradores de áreas atingidas por enchentes, a Caixa anunciou neste domingo que os moradores das regiões também poderão pausar por até 90 dias os contratos de financiamento habitacional.

A Caixa também afirma que será permitida a incorporação das prestações no saldo devedor de clientes inadimplentes das regiões atingidas, independente dos requisitos atuais, mediante solicitação.

O saque dos recursos do FGTS poderá ser solicitado através do aplicativo do Fundo, sem a necessidade de que o interessado vá até uma agência do banco público. Segundo a Caixa, as prefeituras terão suporte técnico da instituição para levantar danos e estimar custos de recuperação de obras e edificações atingidas pelas chuvas, e que tenham grande impacto para a população, como pontes, escolas, postos de saúde e equipamentos de abastecimento de água.

Os municípios em situação de emergência em Minas são: Águas Formosas, Bertópolis, Caraí, Carmo da Cachoeira, Engenheiro Caldas, Fronteira dos Vales, Ibirité, Itambacuri, Jacinto, Jampruca, Joaíma, Lagoa Formosa, Machacalis, Manhuaçu, Monte Formoso, Novo Cruzeiro, Novo Oriente de Minas, Ouro Verde de Minas, Padre Paraíso, Palmópolis, Pescador, Resplendor, Rio do Prado, Salto da Divisa, Santa Helena de Minas, Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Amparo, Santo Antônio do Jacinto, Teófilo Otoni, Umburatiba e Virgem da Lapa.

Já os mais atingidos na Bahia são: Anagé, Camacan, Canavieiras, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itapetinga, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Santanópolis, Teixeira de Freitas, Vereda, Eunápolis, Itarantim, Mundo Nova, Baixa Grande, Itambé, Encruzilhada e Boa Vista do Tumpim.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) também sobrevoou áreas atingidas. A moradores, afirmou que, na segunda-feira, 13, vai se reunir para assegurar uma linha de crédito “nas melhores condições” para os comerciantes que perderam afetados. Segundo ele, um voo do governo estava previsto para ocorrer na sexta-feira, 10, porém “as condições do tempo não permitiram”.

 

jornal O Estado de S.Paulo

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