Vale Europeu catarinense oferece muita natureza além do charme das casas

Conhecido por ser comparável a um “pedacinho da Europa” no Brasil, o Vale Europeu, em Santa Catarina, oferece muito mais do que o contato com as tradições alemãs e italianas, preservadas pelos descendentes dos imigrantes da região. Nos 12 municípios que compõem o circuito, é possível viver dias de tranquilidade em um reduto da Mata Atlântica e aproveitar as rotas de cicloturismo ou caminhadas para uma experiência ainda mais conectada à natureza.

A criação da rota turística, há 16 anos, impulsionou a melhora da infraestrutura. No circuito (valeeuropeucatarinense. com.br), o viajante encontra lugares com selos que indicam atrativos da região, como arquitetura, gastronomia e museus.

Mas não se engane: percorrer o Vale Europeu de bicicleta ou a pé não é para todos. A região é montanhosa e tem estradas de terra e elevações intensas, que chegam a quase 1.000 metros acima do nível do mar. Mas dá pra fazer essas rotas de carro em estradas (quase todas) asfaltadas. O percurso completo tem cerca de 300 quilômetros. A mesma característica geológica que dificulta os passeios de bicicleta proporciona as melhores paisagens e quedas d’água – algumas com mais de 70 metros de altura.

As festas típicas são outra marca regional. A mais conhecida é a Oktoberfest, em Blumenau, mas há outras na região, de setembro a outubro. Como a Festa do Imigrante (Timbó), Fenarreco (Brusque) e Festa Trentina (Rio dos Cedros). E celebrações em outras épocas do ano, como a Festa Pomerana, em janeiro, e a Osterfest, em abril – ambas em Pomerode. A seguir, confira quatro programas da região e o que os torna especiais.

POMERODE

A cidade de 34,5 mil habitantes foi eleita a “mais alemã do Brasil” devido à preservação da cultura europeia, principalmente na gastronomia e na arquitetura. A Rota do Enxaimel é uma das mais procuradas por quem quer conhecer as casas erguidas por imigrantes alemães. Na técnica, a madeira é encaixada sem pregos ou parafusos. Tombada como patrimônio paisagístico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a rota concentra cerca de 50 casas ao longo de 16 quilômetros.

A Casa Siewert é a única que recebe visitantes (R$ 15 por pessoa, com degustação de produtos coloniais). Foi construída em 1913 pelo bisavô do atual morador, Rogério Siewert. É ele quem realiza um tour pela propriedade, de características originais, e compartilha com o turista histórias da imigração.

Dá para fazer um passeio guiado pela rota – informações em rotadoenxaimel.com.br. O ponto alto (literalmente) é o Morro do Schmidt. A 931 metros, proporciona uma visão de todo o vale. O topo é acessível só por carros 4×4, a pé ou de bicicleta.

BENEDITO NOVO

Com menos de 12 mil habitantes, é um município predominantemente rural. Acomodações e restaurantes são simples, mas acolhedores. Um dos cartões-postais é o Salto do Zinco. A queda de 76 metros é ideal para rapel, que pode ser feito com a Ativa Aventuras (ativaraftingvaleeuropeu. com), a R$ 200 por pessoa. Uma trilha guiada, de dois quilômetros, leva à base da cachoeira e custa R$ 40; agendamento pelo telefone (47) 99170-8727.

Benedito Novo também é o ponto final da maior tirolesa da América Latina, a K2Mil – por R$ 150 na cadeirinha e R$ 198 para ir deitado. O início fica em uma fazenda na cidade vizinha, Rodeio. São dois quilômetros de descida e a travessia (que chega a 800 metros do chão nos trechos mais altos) garante dois minutos de pura adrenalina. O lugar (Instagram @tirolesak2mil) também conta com estrutura para acampamento, além de lanchonete e pousada.

DOUTOR PEDRINHO

A cidade é ainda menor que Benedito Novo. Com pouco mais de 4 mil habitantes, tornou-se município apenas em 1989. Doutor Pedrinho se destaca pelo ecoturismo e pela prática de esportes radicais, como trekking, canyoning, rapel e cascading.

Uma das atrações mais visitadas é a Cachoeira Véu de Noiva, com 63 metros de queda. A apenas dez quilômetros do centro, é bastante acessível: com 20 minutos de trilha, chega-se ao topo da cachoeira ou à piscina natural. O acesso é gratuito.

RIO DOS CEDROS

A Região dos Lagos faz de Rio dos Cedros, pequena cidade de 11 mil habitantes, uma parada obrigatória. A barragem do Pinhal, a cerca de 30 km do centro, não tem sinal de celular. Pousadas e chalés oferecem espaços aconchegantes e rústicos que combinam com a paisagem. No Parador da Montanha (paradordamontanha.com.br), desde R$ 1.380 para casal, as cabanas são equipadas com cozinha completa e algumas têm lareira e hidromassagem com vista para o lago.

Rio dos Cedros também não deixa a desejar no que se refere a quedas d’água: a Cachoeira Formosa (@cachoeiraformosaoficial no Instagram), em Alto Palmeiras, perto da Região dos Lagos, tem 40 metros e é uma das mais bonitas do Vale Europeu. Paga-se R$ 15 pela visita, e o pernoite no camping, com banheiro, chuveiro quente e Wi-Fi, custa R$ 35 por pessoa. Se for para Alto Cedros, ao lado de Alto Palmeiras, visite a Feirinha Comunitária Amigos do Pinhal. Vende artesanatos, bolos, pães e doces caseiros.

 

jornal O Estado de S.Paulo

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